É HORA DE FALAR ABERTAMENTE SOBRE SUICÍDIO (Parte 3)
Neste nosso ultimo artigo vamos analisar como que a Bíblia trata o suicídio e se realmente todo suicida está condenado ao inferno. São assuntos que pairam no meio evangélico de uma forma deturpada e que precisam de esclarecimentos de modo mais aberto para entendermos como que a misericórdia de Deus age em nossas vidas nos mais diversos aspectos, contando com a colaboração do teólogo e psicanalista Zedequias Carias de Imperatriz-Ma.
Uma pessoa crente, cheia do Espirito Santo, pode obter depressão e cometer suicídio?
A depressão, assim como o suicídio, tem várias causas e o fato de uma pessoa ser crente cheia do Espirito Santo não obtém garantias de não sofrer enfermidades. Então pergunto: "como uma pessoa crente cheia do espirito santo pode ter miopia e precisar de óculos? Ter problema cardíaco e precisar fazer uma ponte safena? Ter problema renal? É a mesma coisa!" enfatiza o Reverendo Hernandes Dias Lopes.
Uma pessoa pode sim sofrer severa depressão como Elias, Jó, Jonas, o poeta Willian Cowper que chegou a tentar varias vezes o suicídio e homens cheio do Espirito Santo que ficaram deprimidos como David Brainerd, John Bunyan, Charles Spurgeon, Charles Finney e muitos outros. Depressão é uma doença mortal e precisa ser tratada com medicamentos, terapias e com fé. Sem estes tratamentos, a pessoa pode sim morrer por consequência da falta destes, e a depressão que leva ao suicídio é uma destas doenças mortais, se não for tratado adequadamente.
Pode-se afirmar que uma pessoa salva pode sim chegar a tal estado de enfermidade mental, a uma depressão tão severa a ponto de chegar a um estado de loucura e cometer suicídio. A bíblia diz que nem os loucos erraram o caminho dos céus (Is 35.8) e também afirma que nem a morte pode nos separar do amor de Deus (Rm 8.38).
Todo suicida perde, automaticamente, sua salvação e assim condenado ao inferno?
Ao longo dos séculos os suicidas eram tratados
com desprezo e preconceito, já na antiguidade eles tinham seus bens confiscados. Na idade média a Igreja não lhe oferecia um enterro cristão e todos os suicidas eram visto como um discípulo Judas Iscariotes. Então nasceu à ideia de que não há
salvação para quem tira sua própria vida. Comparar todo suicida com no caso de
Judas é uma injustiça, a salvação não é recebida pela pratica das obras e nem pela
ausência deste ou daquele pecado porque somos salvo pela graça mediante a fé em
cristo Jesus.
O que determina a salvação de uma pessoa
não é a abstenção deste ou daquele pecado. A base da nossa salvação não depende
do que fazemos em momento de elucides, mas do que Cristo fez por nós na cruz.
Podemos sim ter garantia e certeza da vida eterna, mesmo sofrendo severa prova. Deus e maior em nossas vidas.
Dizer que Deus não perdoa um suicida é uma afirmação errada e sem fundamento. É o mesmo que desprezar o poder de Deus e sua misericórdia que é eterna. Ele é capaz, sim, de perdoar um suicida.
O próprio Sansão que é considerado, erroneamente, um mártir e não suicida, na verdade tirou sua própria vida, querendo muitos aceitarem ou não mas nem por isso ele foi condenado pelo tal ato. Um mártir morre em favor de algo mas não mata ninguém. Tão tal que Sansão, antes de morrer bradou: "Morra eu com os filisteus" e assim a Bíblia ressalta que ele matou "e foram mais os que matou na sua morte do que na sua vida" (Jz 16.30). Sansão não perdeu sua salvação, se assim não fosse, não teria seu nome posto na galeria dos heróis da fé (Hb 11.32). No caso de Sansão, Deus considerou o motivo pelo qual levou ele a fazer aquilo, também Deus pode analisar o contexto com o que levou certa pessoa a cometer tal ato e julgar o quesito da salvação.
Então isso significa que posso ter argumentos para me suicidar tranquilamente? Claro que não! Você deve ter motivações para sair desta situação, se recuperar e assim ser testemunha de que você conseguiu, através do poder de Deus, vencer este problema, e assim Deus ser glorificado pela sua vida e fazer com que ajude outras pessoas que estão passando pela mesma situação que você passou.
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